Explicando, para começar, essa expressão “morte coletiva” surgiu com o advento dos artefatos nucleares, na década de 40, depois da tragédia ocorrida no Japão que pôs fim à Segunda Guerra Mundial.
O mundo conheceu, horrorizado, um novo tipo de arma, uma pequena bomba capaz de, só ela, matar milhares ou até milhões de pessoas. Os que me acompanham sabem que sou um cronista de opinião, às vezes fortes, porém, sempre verdadeiras. Por formação ideológica socialista meu primeiro compromisso é com as massas, os desvalidos, os desinformados e os incautos, gente que, por falta de informação, se deixa levar pela grande mídia capitalista que, evidentemente, está a serviço, em primeiro lugar, não das grandes causas da humanidade, mas sim do vil metal. Acredito, sim, no poder das elites, poder esse onipresente no nosso dia a dia.
Alguns dos nossos leitores acham que, às vezes, eu exagero, como no caso da crônica da semana passada. A esses eu respondo: “não lhes contei da missa a metade”. O horror da energia nuclear é muito maior do que se pode denunciar em uma página de jornal. Se tivesse tempo e disposição colocaria para meus leitores metade das coisas que sei sobre essa verdadeira monstruosidade.
Vou lhes contar uma curtinha. O primeiro grande acidente ocorrido com a energia nuclear aconteceu no ano de 1957, 10 anos após ela mostrar a sua face aos homens, na região dos montes Urais, na Rússia, então União Soviética, que, todos sabemos, na época, era isolada e blindada para o resto do mundo pela famigerada “Cortina de Ferro”. Não se sabia nada do que ocorria naquele vasto território. Cientistas e intelectuais russos foram, pouco a pouco, desvendando para nós os horrores ocorrido na ditadura estalinista e as que se sucederam até a queda do regime. Pois naquela região localizava-se um imenso depósito de lixo radioativo que não se sabe por que nem como, acabou explodindo. Alguns cientistas afirmam que teria ocorrido uma explosão de nitrato de amônia formada nos resíduos ocasionando um impacto com a força equivalente a 100 toneladas de TNT, resultando numa contaminação radioativa como a do estrônio 90 que contaminou todos os cursos de água da região. O governo tomou providência, mudando, como se pode comprovar hoje, o mapa da Rússia. 30 pequenas comunidades com cerca de três mil habitantes, num raio de 50 quilômetros, foram evacuadas e literalmente soterradas outras cinco ou seis cidades de porte maior, 30 a 50 mil habitantes, também desapareceram. Claro que nós, na época, não ficamos sabendo de nada como também não sabemos de muitas coisas desastrosas acobertadas pelos governos com o prestígio da mídia. Vou lhes dar um exemplo: jamais saberemos o verdadeiro grau de contaminação nem a quantidade de pessoas atingidas na tragédia japonesa.
A água de Tóquio, a 200 quilômetros da usina, como todos sabemos, já está contaminada, isto não sou eu que estou dizendo, é a grande imprensa mundial. Contaminada as águas, os rios, afluentes etc., elas se espalham atingindo todas as formas vivas, sejam animais ou vegetais.
A propósito, eu quero lhes dar um exemplo de como pensam os capitalistas com relação a essas coisas: na sexta-feira, dia 18 de março, no Jornal Zero Hora, página 27, o senhor Wada Yoshiji, homem de altos negócios, superintendente da Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Rio Grande do Sul, deu a seguinte declaração: “Eu não acredito que haja problemas como houve no desastre de Chernobyl, de 1986, na Ucrânia. Naquela época, tivemos que doar a carne importada, que tinha alta radiação, para o continente africano”. Vou repetir com outras palavras a frase do desgraçado: “mandamos contaminar, por radiação atômica, uma boa parte dos seres humanos pobres e famintos daquele continente”.
É duro, mas é a pura expressão da verdade, é assim que eles pensam, é assim que eles agem. Essa declaração, porém, deve ter passada desapercebida, porque, no mínimo, uma atitude como essa deveria levar seus autores a um tribunal de crimes contra a humanidade. Aliás, quero afirmar com todas as letras que a esse mesmo tribunal deveriam ser mandados, políticos, cientistas e técnicos que têm plena consciência dos perigos radioativos e insistem, porém, no desenvolvimento e implantação dessas usinas da morte. Vejam, meus amigos, o poder do dinheiro, ele cala vozes, abafa consciência e, o que é pior, deforma o caráter e a mente dos indivíduos.
Qualquer pessoa com nível médio de informação sabe que temos diversas alternativas para produção de energia: a hidro, a eólica, a das marés, a das ondas, a geotérmica, a de biomassa, a de calor, da própria terra, a de reciclagem e a mais limpa de todas, a solar. Esta, inesgotável. Por que esses monstros insistem tanto em energia nuclear? Se vocês não sabem ou não querem saber, mesmo assim eu lhes digo: são os lucros. É o maldito e famigerado dinheiro, distribuído para governantes ladrões, empresários insensíveis, técnicos vendidos, corporações mil vezes piores do que uma organização tipo máfia. A instalação de uma usina nuclear movimenta bilhões de dólares, para o fabricante tem um custo relativamente baixo; para o povo, mais cedo ou mais tarde, algo impagável porque destrói, a médio e a longo prazo, nosso bem mais precioso: a natureza e todos os entes que nela vivem.
E nós, até quando vamos suportar essa infâmia?
No Brasil, temos centenas de entidades que defendem a ecologia e o meio ambiente, mas não me consta que tenhamos nenhuma que trabalhe diretamente contra a energia nuclear. No resto do mundo elas existem em grandes números em todos os países desenvolvidos. Está na hora de também o Brasil rebelar-se e renegar esse tipo de energia que, de forma invisível, inexoravelmente, mais dia, menos dia, acaba por nos tirar o que temos de mais caro: a nossa frágil vida.
Alguns dos nossos leitores acham que, às vezes, eu exagero, como no caso da crônica da semana passada. A esses eu respondo: “não lhes contei da missa a metade”. O horror da energia nuclear é muito maior do que se pode denunciar em uma página de jornal. Se tivesse tempo e disposição colocaria para meus leitores metade das coisas que sei sobre essa verdadeira monstruosidade.
Vou lhes contar uma curtinha. O primeiro grande acidente ocorrido com a energia nuclear aconteceu no ano de 1957, 10 anos após ela mostrar a sua face aos homens, na região dos montes Urais, na Rússia, então União Soviética, que, todos sabemos, na época, era isolada e blindada para o resto do mundo pela famigerada “Cortina de Ferro”. Não se sabia nada do que ocorria naquele vasto território. Cientistas e intelectuais russos foram, pouco a pouco, desvendando para nós os horrores ocorrido na ditadura estalinista e as que se sucederam até a queda do regime. Pois naquela região localizava-se um imenso depósito de lixo radioativo que não se sabe por que nem como, acabou explodindo. Alguns cientistas afirmam que teria ocorrido uma explosão de nitrato de amônia formada nos resíduos ocasionando um impacto com a força equivalente a 100 toneladas de TNT, resultando numa contaminação radioativa como a do estrônio 90 que contaminou todos os cursos de água da região. O governo tomou providência, mudando, como se pode comprovar hoje, o mapa da Rússia. 30 pequenas comunidades com cerca de três mil habitantes, num raio de 50 quilômetros, foram evacuadas e literalmente soterradas outras cinco ou seis cidades de porte maior, 30 a 50 mil habitantes, também desapareceram. Claro que nós, na época, não ficamos sabendo de nada como também não sabemos de muitas coisas desastrosas acobertadas pelos governos com o prestígio da mídia. Vou lhes dar um exemplo: jamais saberemos o verdadeiro grau de contaminação nem a quantidade de pessoas atingidas na tragédia japonesa.
A água de Tóquio, a 200 quilômetros da usina, como todos sabemos, já está contaminada, isto não sou eu que estou dizendo, é a grande imprensa mundial. Contaminada as águas, os rios, afluentes etc., elas se espalham atingindo todas as formas vivas, sejam animais ou vegetais.
A propósito, eu quero lhes dar um exemplo de como pensam os capitalistas com relação a essas coisas: na sexta-feira, dia 18 de março, no Jornal Zero Hora, página 27, o senhor Wada Yoshiji, homem de altos negócios, superintendente da Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Rio Grande do Sul, deu a seguinte declaração: “Eu não acredito que haja problemas como houve no desastre de Chernobyl, de 1986, na Ucrânia. Naquela época, tivemos que doar a carne importada, que tinha alta radiação, para o continente africano”. Vou repetir com outras palavras a frase do desgraçado: “mandamos contaminar, por radiação atômica, uma boa parte dos seres humanos pobres e famintos daquele continente”.
É duro, mas é a pura expressão da verdade, é assim que eles pensam, é assim que eles agem. Essa declaração, porém, deve ter passada desapercebida, porque, no mínimo, uma atitude como essa deveria levar seus autores a um tribunal de crimes contra a humanidade. Aliás, quero afirmar com todas as letras que a esse mesmo tribunal deveriam ser mandados, políticos, cientistas e técnicos que têm plena consciência dos perigos radioativos e insistem, porém, no desenvolvimento e implantação dessas usinas da morte. Vejam, meus amigos, o poder do dinheiro, ele cala vozes, abafa consciência e, o que é pior, deforma o caráter e a mente dos indivíduos.
Qualquer pessoa com nível médio de informação sabe que temos diversas alternativas para produção de energia: a hidro, a eólica, a das marés, a das ondas, a geotérmica, a de biomassa, a de calor, da própria terra, a de reciclagem e a mais limpa de todas, a solar. Esta, inesgotável. Por que esses monstros insistem tanto em energia nuclear? Se vocês não sabem ou não querem saber, mesmo assim eu lhes digo: são os lucros. É o maldito e famigerado dinheiro, distribuído para governantes ladrões, empresários insensíveis, técnicos vendidos, corporações mil vezes piores do que uma organização tipo máfia. A instalação de uma usina nuclear movimenta bilhões de dólares, para o fabricante tem um custo relativamente baixo; para o povo, mais cedo ou mais tarde, algo impagável porque destrói, a médio e a longo prazo, nosso bem mais precioso: a natureza e todos os entes que nela vivem.
E nós, até quando vamos suportar essa infâmia?
No Brasil, temos centenas de entidades que defendem a ecologia e o meio ambiente, mas não me consta que tenhamos nenhuma que trabalhe diretamente contra a energia nuclear. No resto do mundo elas existem em grandes números em todos os países desenvolvidos. Está na hora de também o Brasil rebelar-se e renegar esse tipo de energia que, de forma invisível, inexoravelmente, mais dia, menos dia, acaba por nos tirar o que temos de mais caro: a nossa frágil vida.
Jornal Minuano